Em um movimento que destaca as tensões entre o mundo das criptomoedas e as finanças tradicionais, a S&P Global rebaixou a classificação do stablecoin USDT da Tether para o nível mais baixo de sua escala em 26 de novembro de 2025. O motivo? Preocupações com a crescente alocação em Bitcoin, ouro e empréstimos garantidos, que introduzem volatilidade e falta de transparência nas reservas. No entanto, enquanto a S&P soa o alarme sobre a liquidez de stablecoins e riscos de contraparte, o mercado de criptomoedas vê essa estratégia como um sinal de força e estabilidade, com o market cap do USDT atingindo um recorde histórico acima de US$ 184 bilhões.
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O Rebaixamento da S&P: Riscos na Diversificação das Reservas da Tether
A S&P Global justificou o rebaixamento da avaliação de manutenção do peg do USDT para o nível 5 (o mais baixo em sua estrutura de classificação de stablecoins) citando alocações crescentes em ativos de maior risco. De acordo com a agência, cerca de US$ 10 bilhões em Bitcoin, US$ 15 bilhões em empréstimos garantidos e US$ 13 bilhões em ouro desviam o modelo tradicional de reservas lastreadas puramente em dólares.
“Não há divulgação pública sobre o tipo de ativos elegíveis para inclusão nas reservas do USDT ou a ação a ser seguida se o valor de um dos ativos subjacentes ou classes de ativos cair significativamente”, destacou a S&P em seu relatório. A agência também apontou lacunas em detalhes sobre custodians, contrapartes e exposições a mercados monetários, apesar de a Tether deter mais de US$ 130 bilhões em títulos do Tesouro dos EUA – o que a posiciona como uma das maiores detentoras globais.
Essa preocupação com a transparência das reservas da Tether reflete temores de liquidez em cenários de estresse de mercado, onde a volatilidade do Bitcoin ou flutuações no preço do ouro poderiam comprometer a paridade de US$ 1 do USDT.
A Resposta da Tether: “Usamos Seu Ódio com Orgulho”

A Tether, maior emissora de stablecoins do mundo, rebateu veementemente o rebaixamento. O CEO Paolo Ardoino postou no X (antigo Twitter): “Usamos seu ódio com orgulho… A máquina de propaganda das finanças tradicionais está preocupada quando qualquer empresa tenta desafiar a força da gravidade do sistema financeiro quebrado.”
Ardoino defendeu a estratégia como um hedge contra instabilidades globais e erosão de balanços soberanos. Nos últimos 12 meses, a Tether acumulou 116 toneladas de ouro físico – mais do que todos os bancos centrais combinados no último trimestre. Além disso, investimentos em mineração, empresas de royalties, negócios de ouro tokenizado e parcerias para serviços de cofres e empréstimos colateralizados reforçam essa visão.
“Tether é um negócio super capitalizado sem reservas prejudicadas, altamente lucrativo”, enfatizou Ardoino, destacando inovações que desvinculam a empresa das finanças tradicionais. Com rendimentos anuais de cerca de US$ 15 bilhões vindos de títulos do Tesouro de curto prazo, a Tether cria um “colchão de equity” para absorver oscilações no preço do Bitcoin ou riscos de empréstimos.
O Mercado de Criptomoedas: Confiança Inabalável no USDT
Diferente da visão da S&P, o mercado de criptomoedas interpreta as reservas diversificadas da Tether como um trunfo. O USDT manteve sua paridade com o dólar por dez anos, resistindo a colapsos de exchanges e problemas com stablecoins rivais. Sua liquidez profunda o torna o par base para grande parte das negociações em cripto e pagamentos em mercados emergentes.
A demanda por USDT segue em alta, impulsionando seu market cap para mais de US$ 184 bilhões – um recorde histórico. Usuários e traders priorizam o modelo de negócios lucrativo e resgates estáveis sobre classificações de agências tradicionais.
Conclusão: Tether Desafia o Status Quo das Finanças
O rebaixamento da S&P expõe o abismo entre reguladores tradicionais e o ecossistema cripto, onde a Tether USDT prospera com diversificação ousada. Com reservas robustas, lucros bilionários e um histórico impecável de peg, o USDT continua sendo o pilar da liquidez em criptomoedas. Para investidores, essa “mistura de ouro e Bitcoin” não é risco – é resiliência.
Fonte: cryptoslate
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