Nesta segunda-feira (8 de dezembro de 2025), o analista sênior de ETFs da Bloomberg, Eric Balchunas, criticou duramente a comparação frequente entre Bitcoin e a histórica “Tulip Mania” do século XVII. Num post recente nas redes sociais, Balchunas afirmou que quem continua usando essa analogia “ignora séculos de contexto financeiro e a durabilidade já demonstrada do Bitcoin”.
Resistência e recuperações que contradizem a teoria da bolha
De acordo com o analista, a comparação falha porque a “Tulip Mania” durou apenas alguns anos e se encerrou com o colapso permanente dos preços, sem recuperação. Já o Bitcoin — embora tenha passado por “seis ou sete golpes brutais” — ressurgiu múltiplas vezes ao longo de 17 anos e alcançou novos recordes.
Nos últimos três anos, o Bitcoin teria se valorizado cerca de 250%, incluindo um salto de 122% no ano anterior — performance que, para Balchunas, “é fundamentalmente incompatível com o comportamento de uma mania passageira”.
Correção de 2025? Apenas um “ajuste normal” após alta forte
Sobre a desaceleração recente do mercado de criptomoedas, Balchunas descreve o movimento como um “resfriamento normal” depois de um ano forte — parecido com o que ocorre em ações tradicionais — e não como evidência de uma bolha irreversível.
Crítica à ideia de “ativo improdutivo”
Um dos argumentos comuns contra o Bitcoin é classificá-lo como um “ativo não produtivo”, semelhante à especulação com tulipas. Mas Balchunas rejeita essa visão: ele lembra que muitos ativos considerados valiosos — como ouro, obras de arte, estampas raras ou selos — não geram renda, e mesmo assim mantêm demanda e valor ao longo do tempo. Ele questiona por que esses ativos não são comparados a tulipas, se a “improdutividade” fosse um critério válido.
Um ativo com múltiplos ciclos, não uma bolha de curto prazo
Para o analista da Bloomberg, a história de quase duas décadas do Bitcoin — marcada por colapsos, recuperações e adoção crescente — demonstra que estamos diante de algo muito distinto de uma bolha histórica que desapareceu de vez. A “Tulip Mania” foi um evento de curta duração; o Bitcoin, por outro lado, já sobreviveu a várias crises e segue ativo, com ciclos de alta, queda e recuperação.
Fonte: coindoo