Em uma operação sigilosa e brutal, autoridades chinesas teriam desligado entre 400 mil e 500 mil máquinas de mineração de Bitcoin na região de Xinjiang, apagando cerca de 100 EH/s do hashrate mundial da noite para o dia. O golpe representa uma perda de até 1,6 GW de potência computacional – equivalente a tirar do ar uma usina hidrelétrica inteira dedicada ao Bitcoin.
Mesmo após a proibição oficial de 2021, a China havia voltado com força ao jogo, controlando cerca de 14% do hashrate global até novembro, ficando em terceiro lugar atrás apenas dos EUA e da Rússia. Agora, uma nova onda de repressão, aparentemente desencadeada por postagens ostentatórias de fazendas de mineração em redes como Douyin (TikTok chinês) e Xiaohongshu, colocou fim a centenas de operações clandestinas.

Consequências imediatas:
- Queda brusca de até 8% no hashrate total da rede Bitcoin nas últimas semanas.
- Média móvel de 7 dias despencou de 1.125 EH/s para cerca de 1.060 EH/s.
- Previsão de redução de cerca de 3% na dificuldade no próximo ajuste – um alívio temporário para os mineradores que sobreviveram.
- Preço do Bitcoin reagiu com forte volatilidade, testando níveis abaixo dos US$ 90 mil antes de uma recuperação parcial.


Fontes do setor, incluindo executivos de grandes fabricantes de ASICs, afirmam que parte dos equipamentos está sendo destruída ou confiscada, enquanto outros mineradores tentam desesperadamente realocar máquinas para fora do país ou converter operações para computação de inteligência artificial.
A ação expõe mais uma vez a hipocrisia chinesa: enquanto o governo mantém discurso oficial contra criptomoedas, operações subterrâneas floresceram aproveitando energia barata de carvão e hidrelétricas. Agora, com a rentabilidade da mineração em mínimas históricas, esse shutdown pode ser o golpe final em muitos operadores locais.
A rede Bitcoin, porém, segue implacável: mesmo perdendo uma fatia significativa da China, continua segura, descentralizada e dominante – provando mais uma vez que nenhum governo consegue matá-la. Os grandes vencedores? Os mineradores americanos e russos, que ganham ainda mais espaço no tabuleiro global.