O mercado de criptomoedas viveu um colapso abrupto nas últimas 24 horas, eliminando impressionantes US$ 150 bilhões em valor de mercado. A capitalização total do setor despencou de US$ 3,10 trilhões para US$ 2,93 trilhões, configurando uma das quedas diárias mais acentuadas do ano. Esse “banho de sangue” noturno ocorre em um momento delicado, quando o mercado tentava se recuperar do tombo de novembro, que quase fez o Bitcoin perder o suporte psicológico de US$ 80 mil.
A volatilidade extrema pegou investidores de surpresa, com mais de US$ 573 milhões em posições liquidadas em apenas um dia – a maioria delas em apostas de alta (long positions) que foram varridas pelo movimento reverso. Dados da CoinMarketCap (CMC) mostram que o pânico se espalhou rapidamente, afetando tanto ativos consolidados quanto altcoins emergentes.

Principais Ativos Afetados: Perdas que Dão Arreios
O Bitcoin (BTC), carro-chefe do mercado, liderou as baixas com uma desvalorização de 5,07%, negociado agora em torno de US$ 86.709 e com capitalização de US$ 1,7 trilhão. Não ficou atrás o Ethereum (ETH), que amargou queda de 5,67% e cotação de US$ 2.837, impactando diretamente ecossistemas DeFi e NFTs.
Outras moedas sofreram ainda mais:
- XRP: -7,20%, pressionado por incertezas regulatórias.
- BNB: -6,30%, reflexo da fraqueza na rede Binance.
- Solana (SOL): -7,10%, caindo para US$ 126,97, o que reacende debates sobre a estabilidade da blockchain de alta velocidade.

Esses números, compilados pela Finbold, ilustram como o contágio foi generalizado, com o Fear & Greed Index – termômetro do sentimento do mercado – mergulhando para níveis de “medo extremo”.
O Que Desencadeou o Caos? Fatores Globais em Ebulição
Vários gatilhos macroeconômicos convergiram para explodir a bolha de otimismo recente. O principal vilão veio do outro lado do Pacífico: no Japão, os rendimentos dos títulos governamentais de 2 anos romperam a barreira de 1% pela primeira vez desde 2008, sinalizando apostas em uma alta de juros pelo Banco do Japão (BoJ). Esse movimento histórico injetou pânico nos mercados de derivativos, onde a alavancagem excessiva amplificou as liquidações.
Não ajudou o alerta emitido pelo Banco Popular da China (PBoC) no fim de semana, que reforçou proibições contra atividades ilegais com ativos digitais. A declaração derrubou ações de empresas de cripto listadas em Hong Kong, contaminando o sentimento global. Além disso, o “risk-off” generalizado – com investidores fugindo de ativos de risco ao iniciar um novo mês – é agravado por dúvidas sobre cortes nas taxas de juros pelo Federal Reserve (Fed) dos EUA e valuations inflados em ações ligadas a IA.
Analistas apontam que o mercado estava “estirado como um elástico”, e essa correção era inevitável após a euforia pós-eleições nos EUA. “É um lembrete clássico de que cripto não opera no vácuo”, comentou um trader sênior à Finbold, destacando a interconexão com finanças tradicionais.
Mercado de crypto agora
Reações e o Caminho Adiante: Recuperação ou Mais Dor?
O pânico imediato levou a uma enxurrada de vendas, mas alguns veem oportunidade na desvalorização. “Comprar o dip” é o mantra de bulls convictos, especialmente com o halving do Bitcoin ainda fresco na memória e adoção institucional crescendo. No entanto, a cautela reina: com o Fed em foco nas próximas reuniões e tensões geopolíticas latentes, analistas preveem volatilidade prolongada.
Fique de olho: se o BTC segurar acima de US$ 85 mil, pode haver rebound; caso contrário, US$ 80 mil volta ao radar. Para atualizações em tempo real, acompanhe gráficos da CMC e alertas regulatórios. O criptomercado sobreviveu a tempestades piores – mas só os preparados navegam em mares revoltos.
Fontes: CoinMarketCap (CMC), Finbold Research, ZeroHedge (via X).