Um roubo à mão armada chocou a comunidade de criptomoedas em Trinidad na sexta-feira, quando dois homens encapuzados emboscaram um comprador de criptoativos em um estacionamento, levando embora US$ 85.800 em dinheiro vivo destinados à compra de moedas digitais. O incidente faz parte de uma onda crescente de ataques violentos contra detentores de ativos digitais em todo o mundo, com criminosos abandonando hacks digitais em favor de confrontos presenciais brutais.
De acordo com relatos da polícia local, o assalto ocorreu em 29 de novembro de 2025, no estacionamento de uma farmácia Superpharm na Trincity Central Road, em Arouca. A vítima, um residente local, estava sentada em seu veículo quando entregou uma bolsa preta repleta de dinheiro a um associado de dois anos de Belmont, que facilitaria a transação de criptomoedas. Segundos depois, dois bandidos armados surgiram nas janelas do carro, bateram no vidro, anunciaram o assalto, roubaram o dinheiro, os telefones dos dois homens e fugiram em um veículo de fuga. As investigações estão em andamento, e a Polícia de Trinidad e Tobago foi contatada para fornecer mais detalhes.
O valor roubado, equivalente a cerca de US$ 85.800, destaca a vulnerabilidade das transações em dinheiro vivo no mercado de criptoativos. Jameson Lopp, cofundador e oficial de segurança-chefe da plataforma de autocustódia Casa, mantém um banco de dados que registra mais de 60 “ataques de chave inglesa” – termo usado para roubos físicos forçados de criptomoedas – apenas neste ano. Esses incidentes ocorrem a uma taxa de aproximadamente um por semana em escala global.
O caso de Trinidad não é isolado. Em San Francisco, nos Estados Unidos, um homem disfarçado de entregador de encomendas invadiu uma casa à mão armada no mês passado, amarrou o proprietário com fita adesiva e roubou acesso a US$ 11 milhões em criptoativos, além do telefone e laptop da vítima. No mês anterior, o figura proeminente do cripto russo Roman Novak e sua esposa foram assassinados nos Emirados Árabes Unidos após se encontrarem com supostos investidores que os forçaram a desbloquear suas carteiras de criptomoedas.
Especialistas alertam para a escalada da violência. O consultor de cibercrime David Sehyeon Baek comentou: “O que começa como assédio digital está se manifestando cada vez mais como violência física”. Ele explicou que os atacantes utilizam análises de blockchain e reconhecimento impulsionado por IA para rastrear movimentos e comportamentos de saque em tempo real. “Esses não são crimes aleatórios, mas assaltos calculados e informados por dados”, acrescentou Baek. “A comunidade deve parar de descartar ameaças online como trollagens inofensivas, porque a fronteira entre o mundo virtual e o físico se tornou perigosamente tênue.”
Esses “ataques de chave inglesa” ryepresentam uma mudança tática dos criminosos, que veem nos detentores de cripto alvos lucrativos e rastreáveis. Com o aumento da adoção de criptomoedas, especialistas recomendam medidas de segurança reforçadas, como transações remotas e anonimato aprimorado, para mitigar os riscos. A polícia de Trinidad continua investigando o roubo, mas o episódio reforça a necessidade urgente de conscientização sobre os perigos que acompanham a riqueza digital.
fonte: decrypt