A mineração de Bitcoin vive o seu momento mais crítico desde o halving de 2024. Os mineradores estão vendendo Bitcoin em ritmo nunca visto, esgotando suas reservas para pagar contas de energia e manter as máquinas ligando. Nas últimas 72 horas, mais de 30.000 BTC (equivalente a aproximadamente R$ 14 bilhões) saíram das carteiras controladas por mineradores, segundo dados on-chain atualizados.
Com isso, o saldo total de Bitcoin nas carteiras de mineradores despencou para apenas 1,803 milhão de BTC — o menor nível da história do Bitcoin, superando até os fundos registrados durante o bear market de 2022 e a proibição da mineração na China em 2021.
Hashprice em Colapso Livre: o indicador que ninguém quer ver
O principal culpado dessa sangria é o hashprice, métrica que mostra quanto um minerador ganha por dia para cada petahash/segundo (PH/s) de poder computacional. Atualmente, o hashprice está em US$ 34,49 — uma queda de mais de 50% em poucas semanas e o menor valor já registrado.

Para se ter ideia da gravidade:
- Mesmo no pior momento do inverno cripto de 2022, o hashprice raramente ficou abaixo de US$ 50.
- Hoje, para a grande maioria dos mineradores que não possuem as máquinas mais novas (S21 Pro, Hydro, etc.) ou energia barata, o custo de produzir 1 BTC é maior que o preço de mercado.
Preço do Bitcoin cai, mas hashrate não acompanha
O Bitcoin está sendo negociado na faixa dos US$ 86.000 após correção de 22% desde a máxima histórica recente. Normalmente, quando o preço cai, parte dos mineradores menos eficientes desliga as máquinas e o hashrate da rede cai junto, aliviando a pressão.
Isso não está acontecendo agora.
O hashrate global segue acima de 1 zettahash por segundo (1 ZH/s), nível recorde. Isso significa que grandes mineradores públicos (listados em bolsa) estão mantendo tudo ligado mesmo operando no vermelho, usando caixa levantado em emissões de ações para “queimar” concorrentes menores e privados que não têm acesso a capital barato.
O que vem pela frente: capitulação ou recuperação?
Dois cenários são discutidos pelo mercado neste momento:
- Capitação em massa → Se o preço do Bitcoin não voltar rapidamente para acima de US$ 95.000–100.000, milhares de mineradores menores vão quebrar. Isso forçaria não só a venda do resto das reservas de BTC, mas também leilões de máquinas ASIC usadas e até fechamento de fazendas inteiras.
- Recuperação rápida → Um novo rali do BTC aliviaria a pressão imediatamente, fazendo o hashprice subir e dando fôlego para os sobreviventes acumularem novamente.
O que você precisa acompanhar agora
- Saldo de BTC nas carteiras de mineradores (quanto mais cair, pior)
- Hashprice diário (acima de US$ 60 já traz alívio significativo)
- Hashrate da rede (queda expressiva seria o primeiro sinal real de capitulação)
- Fluxo de BTC das mineradoras para exchanges (quanto maior, mais pressão de venda)
A mineração de Bitcoin está em modo sobrevivência total. Quem tiver energia barata, máquinas eficientes e acesso a capital sai fortalecido do outro lado. Para os demais, 2025 pode ser o ano do “tudo ou nada”.
Fique de olho: os próximos 30 dias serão decisivos para definir quais empresas e países vão dominar a mineração da próxima década.
fonte: beincrypto
Este artigo tem propósito exclusivamente informativo e não configura recomendação de investimento.
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