PF e Receita Federal bloqueiam R$ 9 bilhões em corretoras de criptomoedas e bancos em megaoperação contra esquema financeiro ilícito
A Polícia Federal (PF), em parceria com a Receita Federal, deflagrou na terça-feira (10) uma ampla operação para desmantelar três grandes grupos suspeitos de operar um esquema de
que movimentou aproximadamente R$ 55 bilhões ao longo dos últimos três anos.
A ação, batizada de Operação Niflheim, teve como foco principal desarticular uma rede de lavagem de dinheiro que se utilizava de criptomoedas e bancos para camuflar recursos de origem ilícita, como o tráfico de drogas e contrabando. A operação resultou no bloqueio de até R$ 9 bilhões em ativos financeiros, incluindo contas bancárias e criptomoedas.
Ação em múltiplos estados e no exterior
A Operação Niflheim foi conduzida em várias regiões do Brasil, com mandados cumpridos nos estados do Rio Grande do Sul, São Paulo, Ceará e Distrito Federal. Além disso, cidadãos residentes nos Estados Unidos também estão sendo investigados por sua participação no esquema. No total, 130 policiais federais e 20 servidores da Receita Federal foram mobilizados para cumprir 8 mandados de prisão e 19 mandados de busca e apreensão. As cidades de Caxias do Sul/RS, São Paulo/SP, Fortaleza/CE e Brasília/DF foram os principais alvos das operações, que incluíram o bloqueio de contas e a apreensão de bens, como veículos e imóveis dos suspeitos.
A Justiça Federal autorizou o bloqueio de R$ 9 bilhões em criptomoedas e valores depositados em contas bancárias, como parte das medidas cautelares adotadas para assegurar que os recursos ilegais não possam ser movimentados durante as investigações. Entre os principais destinos dos recursos enviados ao exterior pelos grupos criminosos, destacam-se os Estados Unidos, Hong Kong, Emirados Árabes Unidos e China.
Investigação revela movimentação bilionária
As investigações tiveram início em setembro de 2021, quando as autoridades começaram a monitorar atividades suspeitas envolvendo grandes volumes de transações financeiras em criptomoedas.
Segundo a PF, as operações financeiras dos grupos criminosos abrangem várias camadas, o que torna o rastreamento dos recursos extremamente complexo. Essas camadas incluem o uso de empresas de fachada, contas de laranjas e transações em criptomoedas para dificultar a identificação da origem ilícita dos valores.
Os grupos, segundo as investigações, atuavam de forma organizada e mantinham relações estreitas entre si. Embora os três grupos fossem inicialmente tratados como entidades separadas, as informações apuradas até o momento indicam que eles podem ser considerados como uma única organização criminosa, que opera em nível nacional e internacional. A liderança dessas operações estaria localizada tanto em Caxias do Sul/RS quanto em Orlando, nos Estados Unidos.
Desde o início da operação, as autoridades identificaram que os grupos movimentaram mais de R$ 55 bilhões por meio de criptomoedas, em um esforço contínuo para enviar os recursos ao exterior sem levantar suspeitas. Essas transações envolviam principalmente recursos oriundos de atividades criminosas, como o tráfico de drogas e o contrabando.
Crimes investigados e desdobramentos futuros
A lista de crimes investigados pela PF é extensa. Os grupos são suspeitos de lavagem de dinheiro, ocultação de bens, crimes contra o sistema financeiro nacional, falsidade ideológica, associação criminosa, organização criminosa e crimes contra a ordem tributária. A PF não divulgou os nomes dos indivíduos ou empresas investigadas, mas afirmou que, ao final das investigações, poderá haver novas prisões e bloqueios de bens.
Entre os mandados cumpridos, a cidade de Caxias do Sul/RS foi o local com o maior número de ações, com 5 mandados de prisão e 10 de busca e apreensão. Em São Paulo/SP, foram realizados 3 mandados de prisão e 4 de busca e apreensão. Já em Fortaleza/CE, as autoridades cumpriram 4 mandados de busca e apreensão, enquanto em Brasília/DF foi cumprido 1 mandado de busca e apreensão.
O próximo passo nas investigações será aprofundar o rastreamento dos ativos financeiros e desvendar a extensão das operações internacionais dos grupos. A Receita Federal e a PF continuam a trabalhar em conjunto, utilizando tecnologia de ponta para monitorar transações em criptomoedas e identificar possíveis cúmplices no esquema. As autoridades ressaltam a importância de cooperação internacional para coibir esse tipo de crime, especialmente em países como os Estados Unidos e Hong Kong, que são grandes polos de transações financeiras.
O que esperar?
A Operação Niflheim representa um marco na luta contra crimes financeiros envolvendo criptomoedas no Brasil. Através de uma investigação minuciosa e de uma ação coordenada entre a PF e a Receita Federal, as autoridades conseguiram bloquear bilhões de reais que estavam sendo lavados por meio de transações em criptomoedas.
A operação segue em andamento e promete desdobramentos importantes, incluindo a identificação de novos envolvidos e o desmantelamento completo dos grupos criminosos que atuam tanto no Brasil quanto no exterior.
A luta contra o crime financeiro no mercado de criptomoedas está apenas começando, e a Operação Niflheim é um passo significativo na construção de um ambiente mais seguro e transparente para investidores e para a economia global.
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