Na sua recente participação diante da Comissão do Judiciário do Senado dos EUA, Brad Smith, presidente da Microsoft, abordou uma questão fundamental que se tornou cada vez mais premente: o uso adequado da inteligência artificial (IA) e a segurança nacional. Em um ambiente onde a IA pode ser potencialmente explorada por atores estrangeiros para fins maliciosos, Smith destacou a importância das políticas “Know Your Customer” (KYC) como uma abordagem sólida para fortalecer a responsabilidade e mitigar as ameaças associadas à IA.
Embora as políticas KYC sejam há muito tempo uma prática padrão no setor financeiro tradicional, a sua aplicação no campo da IA ganha destaque com a defesa veemente da Microsoft.
Microsoft Comprometida em Auxiliar Fornecedores de Serviços de Inteligência Artificial
Uma das estratégias mencionadas por Smith envolve a implementação de políticas “Know Your Customer” (KYC), que historicamente têm sido uma prática comum no setor financeiro tradicional. Essas políticas têm como objetivo garantir que as empresas tenham um conhecimento completo de seus clientes, o que, por sua vez, pode ajudar a prevenir eficazmente atividades maliciosas no campo da IA.
A discussão na audiência não se limitou apenas ao uso indevido da IA, mas também abordou os perigos associados, como a propagação de desinformação e a interferência em processos eleitorais. Nesse sentido, Smith enfatizou como as políticas KYC podem desempenhar um papel fundamental na mitigação dessas ameaças, especialmente quando se trata de segurança nacional.
O presidente da Microsoft também respondeu às preocupações da Senadora Marsha Blackburn, do Tennessee, sobre a interferência estrangeira na utilização da IA. Smith enfatizou a importância de todas as empresas envolvidas no desenvolvimento de tecnologias de IA adotarem medidas proativas para evitar o uso indevido de ferramentas de IA por governos estrangeiros.
Este testemunho perante a Comissão do Senado faz parte dos esforços contínuos de Brad Smith para enfrentar os desafios relacionados à IA. Em um momento em que a IA está em constante evolução e sua influência aumenta, ele instou os legisladores a acelerar a criação de regulamentações específicas para essa tecnologia e incentivou as empresas a assumirem uma maior responsabilidade na proteção dos usuários e da própria tecnologia.
Entre as sugestões apresentadas, destaca-se a ideia de que os desenvolvedores de IA deveriam obter licenças antes de implantar suas ferramentas. Além disso, em junho, as Nações Unidas expressaram preocupações sobre o uso de deepfakes gerados por IA em zonas de conflito, o que poderia contribuir para a disseminação do ódio e da desinformação.
Smith também compartilhou observações sobre as atividades globais relacionadas à IA, reconhecendo o papel substancial desempenhado pela China e pelo Irã nesse campo, enquanto identificava a Rússia como outro ator relevante. Nesse contexto, a discussão sobre o uso ético e responsável da IA continua a ser um tópico crítico em todo o mundo, e as contribuições da Microsoft para esse debate são cada vez mais significativas.
Enfrentando os Desafios Globais da Inteligência Artificial com Abordagens Proativas
Brad Smith, lançou luz sobre os desafios globais relacionados à inteligência artificial (IA) e delineou soluções proativas durante seu depoimento. Ele destacou como essas atividades se intensificaram após a invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022, com foco específico na desestabilização e na erosão da confiança pública nos Estados Unidos. Além disso, Smith enfatizou que as atividades de influência da Rússia ultrapassam as fronteiras dos Estados Unidos, abrangendo regiões no Pacífico Sul e em África, ressaltando a escala global desse desafio.
Nesse contexto, as políticas “Know Your Customer” (KYC), que têm sido uma presença constante no setor bancário desde a década de 1980, ganharam um significado renovado na era da Web3 e da tecnologia digital. No espaço da Web3, as políticas KYC tornaram-se um ponto de foco crítico devido à crescente necessidade de coletar diversos níveis de dados pessoais ao criar uma conta.
Um exemplo notável é a adoção de políticas KYC por bolsas de criptomoedas baseadas nos EUA, como Coinbase, Binance.US, Kraken e Gemini, que também implementaram medidas como bloqueio geográfico para restringir o acesso a regiões restritas. O apoio de Smith às políticas KYC no setor de IA está em sintonia com a ampla adoção dessa tecnologia. Com centenas de plataformas de IA geradoras disponíveis em dispositivos móveis e computadores, garantir a responsabilidade e o uso ético tornou-se crucial.
Além de defender medidas KYC, Smith também apontou que a IA pode desempenhar um papel defensivo na detecção do uso indevido da própria IA. Ele mencionou os investimentos substanciais feitos pela Microsoft nessa área, com o objetivo de identificar e neutralizar o uso indevido da tecnologia de IA.
Por fim, Brad Smith enfatizou a responsabilidade compartilhada entre partes interessadas da indústria e tomadores de decisão políticos na abordagem dos desafios apresentados pela IA. Ele fez um apelo aos governos para elevar seus padrões e evitar a exploração da tecnologia de IA para interferir nos assuntos de outras nações, especialmente em contextos de eleições estrangeiras.
O testemunho de Smith serviu como um chamado convincente à ação, destacando a necessidade de colaboração entre a indústria e os decisores políticos para garantir o uso responsável e seguro da IA em um mundo cada vez mais interconectado. É um lembrete de que, com o avanço da IA, é imperativo abordar as implicações éticas e de segurança de maneira proativa e global.