Investidores de Criptomoedas nos EUA São Jovens, Ricos e Asiáticos, Revela Relatório do FDIC
O recente relatório do FDIC, o Fundo de Garantia de Depósitos dos Estados Unidos, lançou luz sobre o perfil dos investidores de criptomoedas no país, revelando uma predominância de pessoas jovens, ricas, asiáticas e com alto nível de escolaridade.
Com 108 páginas, o estudo analisa o acesso dos americanos aos serviços bancários, incluindo o uso de criptomoedas. Mesmo com a narrativa amplamente divulgada de que o Bitcoin e outras criptomoedas representam uma alternativa para indivíduos sem acesso bancário, os dados do FDIC mostram que esse grupo é, na verdade, o menos envolvido com o mercado de ativos digitais.
O Perfil dos Investidores de Criptomoedas nos EUA
De acordo com o relatório, apenas 4,8% das famílias americanas investem em criptomoedas, como Bitcoin ou Ether. Dentre os lares que possuem conta bancária, 5% usam criptomoedas, enquanto, entre os que não possuem conta, a taxa cai para 1,2%. Isso demonstra que, embora as criptomoedas sejam vistas como uma opção para os “não bancarizados”, o interesse nesse grupo é relativamente baixo.
Considerando a população dos EUA de aproximadamente 335 milhões de habitantes, esses dados indicam que há mais de 16 milhões de investidores em criptomoedas no país. A pesquisa revelou que a maioria desses investidores se concentra entre famílias com perfis específicos de idade, renda e origem étnica.
Jovens Entre 25 e 34 Anos São os Principais Investidores
A faixa etária de 25 a 34 anos lidera o investimento em criptomoedas, com 9,8% desse grupo utilizando esses ativos digitais. Esse dado reforça a tendência de que a geração mais jovem está mais aberta a adotar novas tecnologias e formas de investimento, como as criptomoedas, em suas estratégias financeiras.
Para as famílias com rendas anuais superiores a US$ 75.000, o índice de investimento em criptomoedas atinge 7,1%, sendo o grupo com maior poder aquisitivo mais inclinado a se expor ao mercado de ativos digitais.
A pesquisa também apontou que famílias com rendas instáveis ou variáveis apresentam uma taxa de investimento de 9,7%, o que indica que esses investidores buscam diversificar suas fontes de receita.
Investimento por Raça e Nível de Escolaridade
O relatório do FDIC também destaca a relevância de fatores raciais e educacionais entre os investidores de criptomoedas. No caso de pessoas com duas ou mais raças, 10,3% delas investem no setor, seguidas por 7,5% entre os asiáticos. Essas porcentagens refletem uma maior aceitação do investimento em criptomoedas entre minorias específicas.
Outro dado relevante mostra que 7,1% dos investidores em criptomoedas possuem diploma universitário, evidenciando que um maior grau de instrução está frequentemente associado ao envolvimento no mercado de ativos digitais. Esse dado sugere que o conhecimento sobre o funcionamento das criptomoedas e suas possíveis aplicações motiva aqueles com maior nível educacional a considerarem o investimento.
Uso de Criptomoedas: Um Investimento Mais que uma Ferramenta para Transações
Apesar de algumas narrativas afirmarem que as criptomoedas podem ser usadas para o comércio ou para transações diárias, a pesquisa do FDIC aponta que a maioria dos investidores prefere mantê-las como um ativo de valorização. Para famílias com rendas superiores a US$ 50.000 anuais, o índice daqueles que compram criptomoedas para investimentos de longo prazo atinge 93,8%.
Apenas 7,1% dos que têm rendas abaixo de US$ 50.000 utilizam criptomoedas para enviar e receber dinheiro, uma porcentagem maior do que a das famílias com rendas mais altas, mas ainda baixa quando comparada ao total de investidores.
Esses dados indicam que, para a maior parte dos investidores americanos, o objetivo principal é manter as criptomoedas como um ativo de longo prazo, esperando uma valorização futura. O uso de criptomoedas para compras, sejam presenciais ou online, é praticamente igual em ambas as faixas de renda e continua sendo uma prática pouco comum.
Quem São os Investidores de Criptomoedas e o Que Isso Significa para o Futuro?
A análise detalhada do FDIC revela que o perfil dos investidores de criptomoedas nos EUA é composto, em grande parte, por jovens com maior poder aquisitivo, de origem asiática e com grau de instrução elevado. Esses dados sugerem que, embora as criptomoedas sejam vistas como um ativo acessível e democratizador, sua adoção ainda é concentrada em grupos com maior estabilidade financeira e conhecimento técnico.
Com isso, o mercado de criptomoedas ainda enfrenta desafios para se tornar uma verdadeira opção de inclusão financeira para os “não bancarizados”. Ao mesmo tempo, o perfil demográfico dos investidores atuais sugere que as criptomoedas são vistas como um investimento de longo prazo, mais do que uma ferramenta de transação diária.
Para o futuro, as empresas do setor e reguladores podem precisar trabalhar para educar e facilitar o acesso das populações menos favorecidas ao mercado de criptomoedas.
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